Dissertações
2025 – 2022
Dissertações defendidas em 2025
Em breve
Título: O livro de cozinha de marco gávio apício: um estudo sobre as práticas culturais alimentares no principado de Augusto e tibério
Nível: Mestrado
Orientadora: Profa. Dra. Arlete José Mota
Coorientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo da Costa Campos
Data da defesa: mar/2021
Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar as práticas alimentares no Principado de Augusto e de Tibério. Para elaborar esse estudo, temos como referência
documental o Livro de receitas de Apício, o mais antigo livro gastronômico latino, a fim de traçar um panorama de como a cultura alimentar se adequou a esse período de intensas modificações sócio-culturais da história romana. Antes de adentrar no corpus principal, discorreremos, de forma breve, acerca das práticas comerciais e econômicas do Principado, que teriam tornado possível que o mundo romano fosse cada vez mais familiarizado com a alimentação estrangeira. Em seguida, faremos um levantamento de como a figura de Apício foi retratada pela literatura latina e como foi construída a sua fama de gastrófilo e de glutão. Faremos um estudo sobre a cidade de Minturno, que foi apontada como residência do gastrônomo, para entender o contexto
geopolítico e social que rodeava Apício. Por fim, utilizamos o Livro de Cozinha de Apício a partir do método de Análise do Discurso, para fazer um levantamento documental, com o intuito de aprofundar os conhecimentos sobre as práticas culturais alimentares e elaborar uma síntese do que seria a alimentação romana no Principado.
Palavras-chave: Apício, Livro de Cozinha, Cultura alimentar, Principado.
Dissertações defendidas em 2024
Eduardo Duarte Moreira
Coorientador: Prof. Dr. Ticiano Curvelo Estrela de Lacerda
Data da defesa: Setembro/2024
Nível: Mestrado
Título: Catasterismos de Eratóstenes: estudo e tradução
Banca: Ana Thereza Basilio Vieira (PPGLC-UFRJ), Simone de Oliveira Gonçalves Bondarczuk (PPGLC-UFRJ), Tatiana Oliveira Ribeiro (PIPGLA-UFRJ), Pedro Ribeiro Martins (PPGLC-UFRJ, Suplente)
Resumo: Esta Dissertação consiste no estudo e na tradução da obra Catasterismos de Eratóstenes para o português brasileiro. Os Catasterismos de Eratóstenes, obra também conhecida como Epítome, é uma produção do período helinístico e trata da mitologia do firmamento, pois narra as origens mitológicas das constelações ao mesmo tempo em que as descreve. Em sua forma geral, estes mitos astrais, que terminam em um catasterismo, têm uma grande semelhança com mitos de transformação, e alguns os consideram como uma categoria especial do mito da metamorfose, destacando-se como um elemento característico da cultura helenística.
.
Gabrielly Cecília Geisler
Orientadora: Profa. Dra. Fernanda Messeder Moura
Coorientador: Prof. Dr. Artur Costrino
Data da defesa: Outubro/2024
Nível: Mestrado
Título: O De orthographia de Alcuíno de York: análise de fontes e tradução
Banca: Fernanda Messeder Moura (PPGLC-UFRJ), Artur Costrino (UFOP), Ana Thereza Basilio Vieira (PPGLC-UFRJ), Marcos Martinho dos Santos (USP), Fábio da Silva Fortes (UFJF – Suplente), Leonardo Lennertz Marcotulio (UFRJ – Suplente)
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo apresentar um estudo contextualizado das posições de Alcuíno de York quanto ao estudo de ortografias clássicas antigas e medievais. Apresentamos, para tanto, uma tradução crítica da obra De orthographia de Alcuíno, localizando-a no âmbito de sua escrita e à luz de estudos recentes sobre o tema. Definimos o conceito de ortografia antiga, apresentamos os tratados relevantes, realizamos comparações entre o De orthographia de Alcuíno e os tratados ortográficos antigos (sobretudo, de Cassiodoro) e tratados ortográficos medievais (de Isidoro de Sevilha e Beda). Por fim, averiguamos como certos elementos gramaticais foram transmitidos entre os quatro autores.
Roberto Santos Victer
Data da defesa: Junho/2024
Nível: Mestrado
Título: A cena de julgamento no escudo de Aquiles
Banca: Glória Braga Onelley (PPGLC-UFRJ), Rainer Guggenberger (PPGLC-UFRJ), Alexandre Santos de Moraes (PPGH-UFF), Simone de Oliveira Gonçalves Bondarczuk (PPGLC-UFRJ – Suplente), André Domingos dos Santos Alonso (UFF – Suplente)
Resumo: Objeto de significativas discussões entre os estudiosos, por seus aspectos literários e possíveis implicações na história do direito, são os versos 497-508 do Canto 18 de Ilíada, alusivos a uma cena de julgamento de um caso de homicídio. Essa passagem é parte integrante de uma descrição mais ampla, o Escudo de Aquiles, que constitui a mais antiga écfrase da literatura grega. Maior destaque adveio após a aceitação de nova proposta tradutória dos versos 499-500, surgida no século XIX, que representam a fala de cada um dos litigantes e suas posições quanto à tônica da disputa levada à apreciação dos anciãos. Produziram-se, então, interpretações divergentes para a cena desse litígio. De um lado, partidários da tese tradicional admitem que a natureza do litígio reside na verificação de pagamento pelo preço de sangue, efetuado pelos familiares do ofensor aos parentes da vítima. De outro, partidários da nova interpretação entendem que a disputa consiste na existência de uma regra jurídica que protege o assassino da vingança por parte dos familiares da vítima, a depender das circunstâncias em que o crime tiver sido cometido. Assim, o litígio deixa de ser uma disputa sobre fatos para tornar-se uma disputa sobre direito. Raymond Westbrook (2009), tendo adotado a tese da disputa legal, utilizou-se do direito comparado para justificar a aplicação de determinadas práticas jurídicas na interpretação da cena. Com efeito, o referido estudioso defende a tese de que a Hélade se insere na tradição compartilhada, relativamente ao sistema social vigente na Mesopotâmia, aí incluído o sistema de direito, desde o terceiro milênio antes da era comum (AEC) até, pelo menos, a metade do primeiro milênio da AEC. Nesse sentido, por abranger o período homérico, Westbrook advoga que o funcionamento do tribunal descrito na cena judicial do Escudo de Aquiles seria similar ao de um tribunal da antiga Mesopotâmia. Metodologicamente, a tradução ora proposta da cena do litígio é fortemente influenciada pelo pensamento jurídico do citado acadêmico, tomando-se como verdadeiros os pressupostos da tradição compartilhada. Para além disso, a tradução adotou a interpretação de que se trata de uma disputa legal, em que os familiares do ofensor reivindicam a intervenção da corte de justiça para limitar uma potencial vingança. Aceita-se, ademais, que a corte descrita na cena aplique aos casos concretos de homicídio, levados à sua apreciação, a distinção entre os crimes φόνος ἐκούσιος e φόνος ἀκούσιος, correspondentes a homicídio premeditado e sem premeditação, respectivamente. Desse modo, ainda que a passagem homérica não mencione expressamente nada sobre as circunstâncias nas quais a ofensa fora cometida, pressupõe-se que os familiares do ofensor estejam alegando ser o homicídio do tipo φόνος ἀκούσιος, o que justificaria a intervenção pública em benefício do ofensor.
Thamara Martins Santos de Morais
Orientador: Prof. Dr. Fábio Frohwein de Salles Moniz
Data da defesa: Março/2024
Nível: Mestrado
Título: As Heroinae de Júlio César Escalígero: tradução e estudo introdutório
Banca: Fábio Frohwein de Salles Moniz (PPGLC-UFRJ), Arlete José Mota (PPGLC-UFRJ), Priscila Nogueira da Rocha (UFRJ), Arthur Rodrigues Pereira Santos (UFRJ – Suplente), Maria Cristina da Silva Martins (PPGLC-UFRJ – Suplente)
Resumo: Esta Dissertação tem como objetivo a tradução dos 83 primeiros poemas do livro Heroinae do humanista renascentista italiano Giulio Cesare Scaligero (1484-1558), livro publicado em sua obra póstuma os Seis livros poéticos (1561). Por se tratar de uma obra inserida na época da Renascença, abordaremos o Renascimento italiano e o humanismo. Trataremos ainda da imagem das mulheres, assim como a educação que recebiam durante a Renascença, já que a obra em tela reúne personagens femininas que, algumas delas, viveram durante a referida época. Discorreremos também acerca da imitatio, procedimento técnico-artístico muito utilizado pelos artistas daquela época, visto que os poetas renascentistas buscavam emular o estilo e a escrita de célebres autores da Antiguidade clássica, tal como Cícero entre outros. Para isso, mostraremos alguns dados e gráficos que nos ajudarão a observar de forma mais objetiva e precisa como Escalígero também fez uso da imitação/emulação. Ademais, apresentaremos um estudo introdutório acerca do autor e da obra em questão, bem como um capítulo voltado para a teoria da tradução. Ao final, exibiremos o texto original dos primeiros 83 poemas das Heroinae, bem como a tradução acompanhada de notas explicativas.
Dissertações defendidas em 2023
Bábara Perez
Orientador: Prof. Dr. Pedro Ribeiro Martins
Data da defesa: Fevereiro/2023
Nível: Mestrado
Título: Vegetarianismo como ascese no livro VIII de A vida de Apolônio de Tiana
Banca: Pedro Ribeiro Martins (PPGLC-UFRJ), Marcus Reis Pinheiro (UFF), Marcos José de Araújo Caldas (PPGLC-UFRJ), Ricardo de Souza Nogueira (PPGLC-UFRJ – Suplente), Ticiano Curvelo Estrela de Lacerda (UFRJ – Suplente)
Resumo: Esta dissertação analisa o Livro VIII de A vida de Apolônio de Tiana (VA) de Filóstrato (c. 170-259 d.C.) pela perspectiva da filosofia como prática de vida e do vegetarianismo enquanto prática ascética. A VA é uma biografia do séc. III que trata do que teria sido a vida de Apolônio de Tiana (c. séc. I). Especificamente o Livro VIII trata do julgamento de Apolônio, que teria ocorrido devido a uma série de acusações imputadas ao homem: a maneira diferente de se vestir; o fato de que era chamado de deus por muitas pessoas; a previsão que Apolônio fez sobre uma praga entre os efésios; e a suspeita de que ele teria sacrificado uma criança. Neste trabalho, além de apresentarmos uma tradução para a cena do julgamento (VA, 8.1 8.5.4), nos propomos a identificar, no contexto dos estudos humano-animais, que relação se estabelece entre o protagonista da VA e a natureza ao seu redor. Em segundo lugar, procuramos compreender o retrato de Apolônio como asceta, enfocando sua abstinência de carne como elemento fundamental para a caracterização dessa figura como um filósofo e não como um mago, refletindo sobre a posição da filosofia nos tempos de Domiciano e o caráter das acusações de magia dessa época. Por fim, investigo a construção de Apolônio de Tiana como um θεῖος ανήρ, procurando entender essa figura na Antiguidade Tardia e para o quê ela pode apontar, notadamente uma concepção embrionária de indivíduo.
Martha Eleonora Jurkiewicz Leiros Rumbelsperger
Coorientador: Marcos José de Araújo Caldas
Data da defesa: Dezembro/2023
Nível: Mestrado
Título: Possíveis articulações entre a parelha alada de Platão e a parábola do quadrigário do Kaṭha Upaniṣad
Banca: Ricardo de Souza Nogueira (PPGLC-UFRJ), Simone de Oliveira Gonçalves Bondarczuk (PPGLC-UFRJ), Pedro da Silva Barbosa (UFRJ), Auto Lyra Teixeira (UFRJ – Suplente), Fernanda Lemos de Lima (PPGLC-UFRJ – Suplente)
Resumo: Com esta Dissertação, temos o objetivo de nos aprofundarmos nas possíveis articulações entre a parelha alada de Platão (428-348 a.C.), constante no Fedro, com a parábola do quadrigário presente na Kaṭha Upaniṣad, obra de grande valor da literatura védica. Tanto as semelhanças, quanto as diferenças entre dois aparatos imagéticos aqui em foco já atraíram o interesse de pesquisadores, tais como Keith e Belvalkar-Ranade, Paolo Magnone e Salvador Bucca. Keith, por exemplo, após um século de ter produzido um resumo de Kaṭha Upaniṣad, comenta que tanto a comparação quanto o contraste com a metáfora platônica são muito claros. Em contraponto, Belvalkar-Ranade comentam que a semelhança entre as alegorias até os mínimos detalhes é igualmente assombrosa e extraordinária. Logo, esta dissertação propõe uma nova perspectiva de leitura da imagem da parelha alada e da parábola do quadrigário a fim de ampliarmos as possibilidades de discussão sobre o tema da alma, atravessando as fronteiras de uma ótica puramente ocidental ou oriental.
Dissertações defendidas em 2022
Amanda Lisbôa Marinho da Silva
Orientadora: Ana Thereza Basílio Vieira
Data da Defesa: agosto/2022
Nível: Mestrado
Título: “A virgindade, a caça e o estupro: representações de Diana em Metamorfoses e Fastos“
Banca: Ana Thereza Basilio Vieira (PPGLC-UFRJ), José Amarante Santos Sobrinho (UFBA), Katia Teonia Costa Azevedo (PPGLC-UFRJ), Arlete José Mota (PPGLC-UFRJ – Suplente), Pedro Baroni Schmidt (UFRJ – Suplente).
Resumo: Este trabalho tem como objeto de estudo a figura da deusa Diana e suas representações na literatura de Ovídio, em especial nos poemas Metamorfoses e Fastos. Tal deusa, apesar de não configurar uma personagem regular nos mitos contidos nessas obras, é revelada através das narrativas sobre figuras femininas que atuam como suas companheiras. Tendo como motivo principal a temática do estupro, os mitos acerca das seguidoras de Diana aproximam esse tema ao universo da deusa, enquanto desenvolvem e elucidam os atributos da virgindade e da caça, características básicas da deusa, associadas também a suas seguidoras. Nesta dissertação pretendemos identificar, a partir de análises comparativas e semântico-estruturais, a caracterização de Diana e das personagens que a circundam, além de entender o papel do estupro nas narrativas.
.
Andrezza de Oliveira Santos Pequeno
Data da Defesa: Dezembro/2022
Nível: Mestrado
Título: “Hierão, de Xenofonte: breves comentários sobre a obra e a tradução”
Banca: Rainer Guggenberger (PPGLC-UFRJ), Glória Braga Onelley (PPGLC-UFRJ), Emerson Cerdas (UNESP), Pedro Ribeiro Martins (PPGLC – UFRJ – Suplente), Luis Filipe Bantim de Assumpção (Universidade de Vassouras – Suplente).
Resumo: Esta dissertação apresenta uma proposta de tradução do diálogo Hierão escrito por Xenofonte. A pesquisa surgiu da necessidade de se ter uma tradução do diálogo para o falante brasileiro de língua portuguesa, acompanhada por comentários que contextualizem o conteúdo, uma vez que não há traduções portuguesas de todas as obras xenofonteanas. Assim sendo, o texto utilizado para a tradução foi Xenophontis: Scripta Minora estabelecido por Thalheim (1915), com base no qual se abordam alguns aspectos da obra, tais como a natureza da vida de um tirano, e comentários acerca da tradução realizada e de teorias do processo tradutor segundo Berman (2007), Jakobson (1969), Levý (1963), Bassnet (2003), Heidegger (1983) e Vasconcellos (2011).
.
Fernanda Mattos Borges da Costa
Data da Defesa: Outubro/2022
Nível: Mestrado
Título: “A culpa de Agamêmnon: ordem e caos no Agamêmnon de Ésquilo”
Banca: Ricardo de Souza Nogueira (PPGLC-UFRJ), Maria de Fátima Sousa e Silva (Universidade de Coimbra), Beatriz Cristina de Paoli Correia (PPGLC-UFRJ), Pedro da Silva Barbosa (UFRJ – Suplente), Rainer Guggenberger (PPGLC-UFRJ – Suplente).
Resumo: Abordaremos as condições da culpa de Agamêmnon na tragédia de Ésquilo a partir de um diálogo entre a peça, o seu contexto mítico e as leituras de intérpretes tradicionais, para então elaborarmos no último capítulo nossa interpretação da culpa de Agamêmnon a partir da dicotomia entre Ordem e Caos. No primeiro capítulo, trazemos a nossa tradução do Párodo Anapéstico e Lírico (vv. 40-103 e vv. 104-257) como excerto principal para discutir nosso tema. Ao fundamentar os relatos míticos que consideramos relevantes, retomaremos as análises do mito a partir de Borgeaud, Grimal e Vernant, e, para estabelecer a condição do Agamêmnon como a interseção entre três ciclos míticos, introduzimos as narrativas dos ciclos Olimpiano, Troiano e Atrida. No segundo capítulo, relatamos as interpretações de quatro comentadores que são representativos das leituras recorrentes da peça: H. Lloyd-Jones, E. R. Dodds, A. Lesky e R. E. Doyle. Por fim, compomos, no terceiro capítulo, nossas percepções dos limites das leituras dos intérpretes. Em seguida, introduzimos nossa relação entre a compreensão cosmológica da dicotomia entre Ordem e Caos, e como esta leitura mítica tanto pode ser inferida a partir da peça como nos permite uma nova interpretação da responsabilidade de Agamêmnon à luz de um contexto de pensamento próprio do período da concepção da tragédia de Ésquilo.
.
Letícia David dos Santos
Data da Defesa: 2022
Nível: Mestrado
Título: “Da medicina clássica ao mundo medieval – o uso de ervas para práticas de cura em Plínio, o Velho e Hildegard von Bingen: um estudo comparativo”
Banca: Álvaro Alfredo Bragança Júnior (PPGLC-UFRJ), Rainer Guggenberger (PPGLC-UFRJ), Maria Cristina da Silva Martins (UFRGS), Ana Thereza Basilio Vieira (PPGLC-UFRJ – Suplente) e Andréia Cristina Lopes Frazão da Silva (UFRJ – Suplente).
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo apresentar um estudo comparativo de duas fontes, uma oriunda da Antiguidade Clássica e outra da Baixa Idade Média, para evidenciar as semelhanças e diferenças entre o uso de plantas medicinais em tratamentos de saúde. Por meio da comparação a partir das práticas medicinais utilizando-se as ervas nos processos de cura do corpo e da alma, através da leitura de Naturalis Historia de Plínio, o Velho, livro XXV e dos capítulos III e IV de Causae et Curae, obra da monja, profetisa e terapeuta Hildegard von Bingen, proclamada pelo Papa Bento XVI como Doutora da Igreja, que trata das doenças do homem com seus remédios retirados da natureza, ou seja, as plantas medicinais, pretende-se apontar as diferenças e similaridades no tocante ao uso daquelas entre essas duas obras. A partir de tal perspectiva pretendemos aduzir, assim, elementos para novas reflexões sobre a influência do pensamento clássico tanto na crença como nas práticas cotidianas cristãs no medievo, pois a cultura medieval, em seus diversos estratos, herda e inova o conhecimento advindo do substrato clássico.
Lucia Pestana da Silva
Data da Defesa: Abril/2022
Nível: Mestrado
Título: “Syphilis, sive morbus Gallicus: uma proposta de tradução do livro I”
Banca: Fábio Frohwein de Salles Moniz (PPGLC-UFRJ), Arlete José Mota (PPGLC-UFRJ), Thomás Augusto Santoro Haddad (USP), Rainer Guggenberger (PPGLC-UFRJ – Suplente), Arthur Rodrigues Pereira Santos (UFRJ – Suplente).
Resumo: Esta dissertação propõe o estudo e a tradução do livro I de Syphilis, sive morbus Gallicus (1530), do médico e poeta veronês Girolamo Fracastoro. Por se caracterizar como um poema didático renascentista, trataremos do Renascimento italiano e do referido gênero literário na Antiguidade latina, uma vez que compartilhamos a crença de que os renascentistas buscavam emular os autores antigo. Além disso, disporemos de alguns dados que busquem relacionar o texto de Fracastoro com textos de autores antigos a fim de comprovarmos tal prática entre os humanistas renascentistas. Tendo como suporte os estudos introdutórios a respeito das questões histórico-políticas que envolvem autor e obra, apresentaremos nossa proposta de tradução e as notas explicativas do livro I, composto de 469 versos hexâmetros datílicos.
Marcelle Mayne Ribeiro da Silva
Data da defesa: Março/2022
Nível: Mestrado
Título: “De causis linguae Latinae, de Escalígero: estudo introdutório e tradução dos capítulos I.1-15″
Banca: Fábio Frohwein de Salles Moniz (PPGLC-UFRJ), Arlete José Mota (PPGLC-UFRJ), Francisco de Assis Florêncio (UERJ), Rainer Guggenberger (PPGLC-UFRJ – Suplente), Braulio Costa Pereira (UFRJ – Suplente).
Resumo: Esta Dissertação apresenta uma proposta da tradução da epístola introdutória, do prefácio e dos cinco primeiros capítulos do livro I do De causis linguae Latinae (DCLL), escrito por Júlio César Escalígero e publicado pela primeira vez em 1540. Para tanto, procedemos a um estudo introdutório acerca de questões que nortearam nosso processo tradutório. Primeiramente, refletimos sobre o fazer tradutório através do tempo, para nos situarmos na tradição do pensamento sobre a tradução. Ainda, abordamos o contexto histórico, político, geográfico e social que cercou a elaboração e publicação da obra. Por isso, tratamos do Renascimento italiano e de como o latim (e sua transmissão) se insere nessa realidade. Também estudamos as concepções acerca da linguagem no Ocidente, a fim de localizarmos Escalígero nos estudos de gramática e de mapearmos no DCLL os pontos de ruptura e continuidade com a tradição. Por fim, discorremos mais sobre Escalígero, suas obras e o conteúdo geral do DCLL. Depois disso, apresentamos nossa proposta de tradução com algumas notas explicativas e um estudo sobre o texto latino. Nesse estudo, observamos o texto latino e destacamos os recursos utilizados por Escalígero na construção de seu DCLL. Abordamos, pois, as figuras de estilo, de sintaxe e de linguagem/retórica que ele utilizou e seus efeitos de sentido; além disso, destacamos o uso que Escalígero fez de um vocabulário próprio da filosofia em sua descrição gramatical, buscando entender de que forma o humanista se apropriou de tal vocabulário.
Samantha Rumbelsperger Lagoeiro
Data da defesa: Dezembro/2022
Nível: Mestrado
Título: “E assim Édipo chegou ao divã: o inquietante encontro entre Édipo e seu duplo”
Banca: Ricardo de Souza Nogueira (PPGLC-UFRJ), Fernanda Lemos de Lima (PPGLC-UFRJ), Pedro da Silva Barbosa (UFRJ), Rainer Guggenberger (PPGLC-UFRJ – Suplente), Auto Lyra Teixeira (UFRJ – Suplente).
Resumo: Com esta dissertação, temos o objetivo de nos aprofundarmos nos estudos do fenômeno do duplo com base na teoria da psicanálise de Sigmund Freud, visando dar conta do trágico inerente ao personagem Édipo, na peça Édipo tirano, de Sófocles. Para tanto, utilizamos o texto de Freud denominado Das Unheimliche (1919) com o intuito de fazer uma interlocução entre a psicanálise e a referida tragédia, que aponta para a incidência do duplo na ruptura psíquica sofrida pelo herói grego. Em meio a esta perspectiva, foi possível trazer o olhar de pensadores da psicanálise e helenistas que sustentam a tese de Édipo como o duplo, ação essa que promoveu assim a interdisciplinaridade dos saberes que interessam a este trabalho, a psicanálise e a antiguidade clássica.