Título: Entre ficção e religião: aspectos dos festivais das Metamorfoses, de Apuleio, e sua relação com os valores religiosos de seu autor

Nível: Doutorado

Orientador: Prof. Dr. Anderson de Araujo Martins Esteves

Data da defesa: abril/21

Resumo

Neste trabalho, são abordados aspectos da religião romana presentes nas Metamorfoses de Apuleio, autor romano do final do século II d.C., que também ocupou cargos de importância na hierarquia religiosa da África romana. O foco do trabalho é a análise de três festivais presentes na narrativa – o Festival do Riso, encontrado entre os livros II e III do romance, o Festival em Corinto, encontrado no livro X, e o Festival de Ísis, no livro XI. Os festivais são analisados através da abordagem politética de Jon Iddeng, que permite identificar festivais greco-romanos a partir de uma série de elementos prototípicos, sem condicionar o status de festival greco-romano a nenhum desses elementos em específico. Também são abordadas questões sobre o gênero literário da obra e o contexto do autor.

Palavras-chave: Religião; Apuleio; Metamorfoses; Festivais

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Data da defesa: Maio/2024

Nível: Doutorado

Título: A poética parenética de Alceu

Banca: Glória Braga Onelley (PPGLC-UFRJ), Rafael de Carvalho Matiello Brunhara (PPGL-UFRGS), Ricardo de Souza Nogueira (PPGLC-UFRJ), Marcos José de Araújo Caldas (PPGLC-UFRJ), Rainer Guggenberger (PPGLC-UFRJ – Suplente), Beethoven Barreto Alvarez (PosLing-UFF – Suplente)

Resumo: A poesia de Alceu evidencia influxos da conturbada crise sociopolítica que se estabeleceu em Mitilene ao longo dos séculos VII e VI a. C., refletindo, por vezes, o comprometimento do eu poético com os valores da ἑταιρεία e sua aversão ao tirano Pítaco, contra o qual lança insultos e imprecações. Desse modo, as invectivas contidas na poesia alcaica tornaram o poeta de Lesbos uma personalidade polêmica desde a Antiguidade, sobretudo pelo fato de a figura de Pítaco ter sido moldada pela tradição como um dos integrantes do grupo dos Sete Sábios que governava em prol da justiça. Tal perspectiva influenciou alguns críticos modernos que consideraram o poeta um autor demasiadamente passional e cultor de uma poesia que evidenciaria as decepções de um perdedor nas disputas políticas de Mitilene. Cabe ressaltar, porém, que o corpus poético de Alceu apresenta uma temática abrangente e um hábil emprego de recursos estilísticos na construção de discursos parenéticos remissivos às στάσεις típicas do período arcaico. A presente pesquisa centra seu eixo temático em quatro aspectos da poesia de Alceu relacionados com a parênese poética: a utilização de imagens alegóricas de cunho político, o emprego de provérbios e gnomas, a abordagem do vinho como um τόπος e referências míticas aplicadas ao ambiente social de sua cidade.

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Data da defesa: Maio/2024

Nível: Doutorado

Título: Corpos que fazem mundos: cuidado e controle emocional na Ilíada e na Odisseia, de Homero

Banca: Fábio de Souza Lessa (PPGLC-UFRJ), Adriane da Silva Duarte (USP), Alexandre Santos de Moraes (UFF), Rainer Guggenberger (PPGLC-UFRJ), Greice Drumond (PPGLC-UFRJ)

Resumo: O objeto desta pesquisa é analisar como Ilíada e Odisseia, poemas épicos atribuídos a Homero, organizam as práticas de cuidado de si e de cuidado dos outros, e como tais práticas articulam- se com a noção de controle emocional. Para isso, tomamos como empréstimo metodologias e conceitos próprios da História das Emoções e da Linguística, bem como aportes teóricos da Antropologia, da Filosofia e dos Estudos Feministas. Argumentamos que a poesia homérica se vale de configurações e preocupações relacionadas ao cuidado — as quais foram chamadas de “arranjos” — que, ao que tudo indica, dialogam profundamente com as estruturas históricas, antropológicas e sociais da “audiência” dos poemas, especialmente quando se considera o papel da literatura oral na vida social dos ouvintes. Ao longo do trabalho, diversos termos relacionados ao cuidado foram discutidos e analisados, destacando proximidades e afastamentos semânticos entre os grupos lexicais investigados. Procurou-se mapear diversas estratégias utilizadas em Ilíada e em Odisseia para se falar do cuidado — como as metáforas, os símiles, as perífrases e as fórmulas. Também foi demonstrado como, ao que parece, o controle emocional constitui desde a poesia homérica uma estratégia importantíssima de cuidado de si, responsável tanto pela sobrevivência do indivíduo como pela coesão social da comunidade. Conclui-se que o cuidado pode ser considerado uma ferramenta útil tanto para a investigação literária como para a análise histórica.

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Data da defesa: Setembro/2024

Nível: Doutorado

Título: A argumentação retórica em Contra Áfobo III

Banca: Glória Braga Onelley (PPGLC-UFRJ), Rainer Guggenberger (PPGLC-UFRJ), Tania Martins Santos (PPGLC-UFRJ), Alexandre Santos de Moraes (PPGH-UFF), Welton Pereira e Silva (UFF), Simone de Oliveira Gonçalves Bondarczuk (PPGLC-UFRJ – Suplente), Marcus Reis Pinheiro (PFI-UFF – Suplente)

Resumo: O objetivo da presente tese consiste na tradução integral, para o vernáculo, da peça acusatória Contra Áfobo, em defesa de Fano pela acusação de falsos testemunhos, inserida no Corpus Demosthenicum com o número 29, a última das três ações integrantes dos λόγοι ἐπιτροπικοί, “discursos relativos à tutela”, movidos pelo orador Demóstenes contra Áfobo, seu ex-tutor e principal responsável pela fraudulenta gestão de sua herança. Trata-se, na verdade, de uma ação de defesa impetrada pelo orador em favor de Fano, uma testemunha contra a qual Áfobo intentara processar por falso testemunho. Nesse sentido, Demóstenes argumentou, no discurso em tela, que Fano não faltara com a verdade quando tinha testemunhado ser Mílias, o administrador da fábrica de facas, um homem liberto. Com efeito, o orador buscou confirmar que o ex-tutor tinha conhecimento da liberdade do intendente e pretendia demonstrar que o adversário, agindo de má-fé, desejava obter a clemência por parte dos juízes. Áfobo queria evitar, assim, o pagamento da multa no valor de dez talentos a que fora condenado por ter descumprido as disposições testamentárias, não ter feito uma administração adequada durante o período de tutela e ter desviado os valores da herança. Com base na tradução, objetiva-se analisar, principalmente à luz dos pressupostos teóricos da Retórica de Aristóteles, os recursos argumentativos empregados pelo orador, em sua elaboração retórica em Contra Áfobo III, no uso das provas técnicas – a prova pelo próprio ἦθος, πάθος e λόγος (Arist., Rh. 1355b 35–56a 4) – e das provas não técnicas (Arist., Rh. 1375a 24-5), nomeadamente as leis – νόμοι –, as testemunhas – μάρτυρες –, os contratos – συνθῆκαι –, os interrogatórios sob tortura – βάσανοι – e os juramentos – ὅρκοι –, como meios para persuadir os juízes a dar-lhe ganho de causa no processo. Além dos conceitos aristotélicos, também serão aplicados referenciais teórico- modernos, mormente os de Amossy (2020), de Fiorin (2017) e de Perelman e Olbrechts-Tyteca (2019), com o propósito de reiterar quais argumentos empregados por Demóstenes comprovam ser Mílias de condição livre, o que tornava inviável a pretensão do ex-tutor de submeter o intendente ao interrogatório sob tortura, o βάσανος, expediente adotado, em Atenas, para escravos até o século IV a.C.

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Orientador: Prof. Dr. Anderson de Araujo Martins Esteves

Data da defesa: Março/2022

Nível: Doutorado

Título: Epicuro e sua escola no De natura deorum, de Cícero

Banca: Anderson de Araujo Martins Esteves (PPGLC-UFRJ), Arlete José Mota (PPGLC-UFRJ), Fábio Frohwein de Salles Moniz (PPGLC-UFRJ), Luiz Karol (UFRJ), Pedro Ivo Zaccur Leal (UERJ), Deivid Valério Gaia (UFRJ – Suplente), Pedro da Silva Barbosa (UFRJ – Suplente)

Resumo: A presente tese de doutorado, entre seus objetivos gerais, analisa as contribuições que a historiografia traz acerca da biografia do filósofo grego Epicuro (341-271 AEC), de modo que seja possível compreender os reflexos dos acontecimentos ocorridos durante sua vida, em suas concepções filosóficas e obra, isto é, em seu legado, em sua escola. Também estima compreender a biografia do político e escritor da República romana, Marco Túlio Cícero (106-43 AEC), relacionando os acontecimentos de sua vida, sobretudo no que tange a suas atuações e concepções políticas, para a feitura de suas obras filosóficas. No que se refere ao objetivo específico, a pesquisa almeja investigar a construção discursiva do retrato de Epicuro, dos epicuristas e da doutrina epicurista, por Cícero, nos três livros que compõem o De natura deorum, obra pertencente ao gênero literário diálogo filosófico. Sendo assim, é possível observar a singularidade e a genialidade do autor ao fazê-lo, bem como o reflexo disso na má recepção da imagem de Epicuro e de sua filosofia para a posterioridade.

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Orientadora: Profa. Dra. Ana Thereza Basilio Vieira

Data da defesa: Fevereiro/2022

Nível: Doutorado

Título: Apolo e a etiologia elegíaca nas Metamorfoses de Ovídio

Banca: Ana Thereza Basilio Vieira (PPGLC-UFRJ), Fernanda Messeder Moura (PPGLC-UFRJ), Beatriz Cristina Correia de Paoli (UFRJ), Patricia Prata (UNICAMP), Júlia Batista Castilho de Avellar (UFU), Glória Braga Onelley (PPGLC-UFRJ – Suplente), Thaíse Pereira Bastos Silva Pio (UFF – Suplente)

Resumo: Este trabalho, fruto de pesquisa realizada no âmbito do PPGLC – UFRJ, tem por objeto o deus Apolo, tal como caracterizado na obra Metamorphoses, do poeta latino Públio Ovídio Nasão. A recorrência de temas poéticos voltados ao amor e ao luto, nas passagens que envolvem o deus, motivou a pesquisa, que teve como objetivo estabelecer as razões pelas quais Ovídio insere o deus de Delos em cenas de amores frustrados e lamentos fúnebres. As leituras, amparadas por análises comparativas intertextuais e alusivas, mostram que o Apolo das Metamorfoses personifica a etiologia, isto é, a causa de uma série de temas da poesia elegíaca, em especial do mesmo autor, de modo que a personagem divina está inserida em um ciclo elegíaco e passou pelos mesmos percalços que os demais poetas amantes haveriam de passar.

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Orientador: Prof. Dr. Álvaro Alfredo Bragança Júnior

Data da defesa: Dezembro/2022

Nível: Doutorado

Título: Animalia docunt: por uma análise comparada dos animais como modelos educacionais nas fábulas de Esopo e Fedro

Banca: Álvaro Alfredo Bragança Júnior (PPGLC-UFRJ), Rainer Guggenberger (PPGLC-UFRJ), Ricardo de Souza Nogueira (PPGLC-UFRJ), Érica Schlude Wels (UFRJ), Dulcileide Virginio do Nascimento Braga (UERJ), Ana Thereza Basilio Vieira (PPGLC-UFRJ – Suplente), Auto Lyra Teixeira (UFRJ – Suplente)

Resumo: A presente tese tem como objetivo apresentar um estudo comparativo de duas fontes oriundas da Antiguidade Clássica: uma do século VI a.C, proveniente da Grécia, e outra do século I a.C., proveniente de Roma. Primeiramente, objetivamos examinar o caminho da educação na Antiguidade Clássica Grega e Latina, o quanto a formação do homem grego foi importante para o mundo ocidental e como esse modelo serviu de referência para a educação romana. Após isso, analisaremos as fábulas de Esopo e Fedro, identificando nela o seu teor instrucional. Daremos continuidade a esse estudo, focando nos atributos humanos representados pela figura dos animais. As fábulas, que eram utilizadas para instruir, entreter e advertir, serviam também como uma importante ferramenta de crítica ao comportamento humano e ao sistema político de sua época. Com uma linguagem simples e objetiva, o gênero era de fácil compreensão, sendo utilizado até os dias atuais. Dessa forma, faremos um levantamento de todos os animais presentes em ambos os autores e veremos a quais atributos esses animais estão relacionados.

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Orientador: Prof. Dr. Ricardo de Souza Nogueira

Coorientador: Prof. Dr. Álvaro Alfredo Bragança Júnior

Data da defesa: Julho/2017

Nível: Doutorado

Título: “Nunca és tão sábio quanto imaginas”: metábasis e o paradoxo trágico na saga de Hrólfr Kraki

Banca: Ricardo de Souza Nogueira (PPGLC-UFRJ), Beatriz Cristina de Paoli Correia (PPGLC-UFRJ), Lukas Gabriel Grzybowski (UEL), Pablo Gomes Miranda (UFPB), Rainer Guggenberger (PPGLC-UFRJ), Arlete José Mota (PPGLC-UFRJ – Suplente), Auto Lyra Teixeira (UFRJ – Suplente)

Resumo: O problema observado aqui é a possibilidade de se verificar a existência do trágico na Hrólfs saga kraka em comparação com uma filosofia do trágico derivada tanto das análises de Aristóteles sobre a tragédia grega quanto da perspectiva moderna de Hans Ulrich Gumbrecht. Apesar de o modelo aristotélico ter sido concebido especificamente para consolidar os moldes da tragédia grega ideal, ao se estabelecer um diálogo entre esse modelo e o conceito do paradoxo trágico de Gumbrecht, é possível conduzir uma análise comparativa entre a tragédia ateniense Édipo rei e a narrativa nórdica sobre Hrólfr Kraki. Com base nesse pressuposto, foi conduzido um estudo dos discursos sobre o trágico presentes no mýthos do rei Hrólfr de forma a observar que a Hrólfs saga kraka pode ser compreendida como uma obra trágica plena, o que potencialmente indica que a realização do trágico na literatura nórdica medieval é uma característica intrínseca das sagas que Hermann Pálsson chamou de “lendas de heróis”.

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Orientador: Prof. Dr. Ricardo de Souza Nogueira

Data da defesa: Março/2022

Nível: Doutorado

Título: Filosofia e ciência entre os pré-socráticos: uma abordagem sobre o uso da matemática helênica em sala de aula

Banca: Ricardo de Souza Nogueira (PPGLC-UFRJ), Rainer Guggenberger (PPGLC-UFRJ), Flávia dos Santos Soares (UFF), Pedro da Silva Barbosa (UFRJ), Arlete José Mota (PPGLC-UFRJ), Simone de Oliveira Gonçalves Bondarczuk (PPGLC-UFRJ – Suplente), Martha Alkimin de Araújo Vieira (UFRJ – Suplente)

Resumo: O objetivo da pesquisa ora apresentada é discutir algumas teorias dos filósofos pré- socráticos no intuito de viabilizar a transposição de suas Filosofias e da Matemática presente nelas para a proposição de atividades didáticas a serem utilizadas nas aulas de Matemática da atualidade. Para tanto, foi feito o estudo de vários autores desde o surgimento do pensamento filosófico-científico na Grécia Antiga no século VI a.C., mais precisamente na cidade de Mileto, com as cosmologias desenvolvidas por Tales, Anaximandro e Anaxímenes, até o desenvolvimento do pensamento pré-socrático, com as teorias de Parmênides, Heráclito, os Pitagóricos, entre outros. A busca dos pré-socráticos por compreender a realidade não mais por meio de uma visão mítica, mas por elementos presentes na própria realidade, culminou em valiosas contribuições para o desenvolvimento das ciências de um modo geral e, em particular, da Matemática, o que se mostrou uma inesgotável fonte de inspiração para realização de atividades didáticas criativas e estimulantes para serem empregadas nas aulas de Matemática, em qualquer nível de aprendizado.

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