2020

As Tabellae Defixionum da Região do Lácio

Carlos Eduardo da Costa Campos
Editora UFMS, 2022.
ISBN 978-65-89995-10-4

As tabellae defixionum (ao pé da letra: tabuinhas de amarração,
entendido este termo em seu sentido mágico, que permanece no vernáculo) constituem o objeto deste volume. Para o leitor pouco familiarizado com a magia da sociedade romana da Antiguidade, antecipo que
as tabuinhas, não raro finas placas de chumbo com inscrições mágicas em latim, grego ou outras “línguas” (deixo a expressão entre aspas e
não a explico para que não estragar uma possível surpresa aos leitores),
eram amplamente usadas pelas romanas e romanos mormente entre os
séculos I AEC e II EC. com o fim de se comunicarem com divindades
ctônicas, às quais encomendavam o retorno de amores frustrados ou
o tormento físico e psíquico de seus inimigos. Tema, portanto, afeto
àquilo que nós outros, público leigo do século XXI, chamaríamos de
feitiçaria ou bruxaria. Pois, guiados pelo autor, somos instruídos no
primeiro capítulo da obra em uma teoria geral da magia em Roma, no
período estudado. Em um texto com precisão cirúrgica, Carlos Campos nos faz passear, como bom professor que é, por este tema espinhoso e cujas polêmicas já fizeram correr rios de tinta de especialistas de
além e aquém-mar.

Scholae: Estudos Interdisciplinares da Antiguidade

Anderson Araujo Martins Esteves, André da Silva Bueno e Carlos Eduardo da Costa Campos
Editora Desalinho, 2020.
ISBN 978-65-88544-02-0

O século XXI tem sido marcado pelos embates que envolvem a redefinição das identidades, como bem colocado por Stuart Hall em seu A Identidade Cultural na Pós-Modernidade (2005); e a construção delas, consubstanciada pelas ações políticas no âmbito escolar, transformou o processo educacional num palco de querelas políticas e simbólicas. A Escola é o espaço de um conflito que envolve importantes redefinições e, no caso da história, estas se manifestam na acirrada pugna pelo passado, pela autoridade sobre os alicerces, pelo domínio e pela manipulação das noções fundadoras, que embasam e justificam os discursos atuais. Scholae é uma iniciativa, em meio a esse conundrum de ideias, de manifestar a voz ativa daqueles que pensam a História Antiga e a Educação de maneira liberta e independente, para além das classificações epistemológicas usuais que permeiam a formulação de espaços e de limitações. Longe de uma visão tradicionalista e excludente de antiguidade, que pretende arbitrariamente apontar elementos de relevância do passado, os autores dessa coletânea se encontram em meio ao movimento emancipador, representando tendências e iniciativas originais em busca da diversidade de expressões do passado.

2019

Sistemas de crenças, mitos e rituais na antiguidade

Arlete José Mota e Carlos Eduardo da Costa Campos Editora Desalinho, 2019. ISBN 978-85-92789-21-3

 

Os textos organizados nessa coletânea refletem o estado atual das pesquisas sobre Antiguidade, principalmente, com o foco nos estudos religiosos. Logo, ratificamos o nosso compromisso de divulgação do saber histórico e trabalho em conjunto, em tempos em que se valorizam os estudos interdisciplinares e interinstitucionais. Assim, desejamos aos leitores uma fasta e gratificante reflexão a partir dos escritos contidos nessa obra.

Alexandre: origem e juventude

Felipe Marques Maciel e Rainer Guggenberger
Editora Desalinho, 2019.
ISBN 978-85-92789-39-8 

Este livro é fruto de aulas produtivas dentro do curso Plutarco: As Vidas de Demóstenes e de Alexandre, oferecido — a parte sobre Demóstenes pela professora Tania Martins Santos e a sobre Alexandre, por mim — no Programa de Pós-Graduação em Letras Clássicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Trata-se, portanto, de um livro pensado para que apoiasse outros estudantes de Grego Antigo, de História Antiga e de áreas afins nos seus estudos sobre Alexandre, o Grande, e Plutarco. Apresenta-se, em primeira linha, como trabalho de mestrandos de Grego Clássico como também da Linha Interdisciplinar do mencionado Programa de Pós-Graduação que se direciona sobretudo a outros mestrandos e doutorandos. Para o especialista, os comentários raramente oferecerão informações novas e inéditas, mas a tradução em português é fiel e, até um certo grau, inovadora, uma vez que apresenta uma tradução de multiplas vozes.

2018

De Deo Socratis: A demonologia no Império Greco-Romano

Luiz Karol Editora Desalinho, 2018.
ISBN 978-85-92789-07-7

 

O segundo século de nossa era foi um momento ímpar na história da humanidade, pelo menos no que tange ao Império Romano, que, por assimilar e proteger a herança da cultura grega, tornara-se aquilo que Paul Veyne designa por Império Greco-romano. Mesmo tutelados pelo poder romano, os gregos desse período tentam restabelecer a grandiosidade de suas πόλεις. Trata-se então do período conhecido como a Segunda Sofística, em que oradores gregos percorrem todo o Império disseminando o saber filosófico mediante apresentação de palestras. Coexistem as vertentes do Epicurismo, Estoicismo e Platonismo Médio, temperadas com um pouco de Aristotelismo. Das três vertentes, a última sempre foi muito pouco estudada, pelo menos no que tange à Literatura Latina. Apuleio de Madaura, em suas próprias palavras, um filósofo platônico, a exemplo dos sábios da Segunda Sofística, tornara-se um orador de concerto de muito sucesso em Cartago e legou-nos três obras sobre filosofia platônica. Nosso trabalho versará sobre uma delas, De deo Socratis, palestra proferida em latim sobre um dos mais instigantes assuntos do Platonismo Médio, os daemonēs. Trata-se do único e mais abrangente documento em latim a tratar do assunto, ao contrário dos demais documentos, em grego e latim, que o tratam somente como assunto subalterno. O presente trabalho parte da tradução do original latino, acrescida de uma contextualização histórica, literária, comentários e notas sobre o texto.

Fronteiras Culturais no Mundo Antigo: Ensaios sobre Identidades, Gênero e Religiosidades

Semíramis Corsi Silva e Anderson Martins Esteves
Editora Desalinho, 2018.
ISBN 978-85-8101-025-0

 

A proposta da coletânea Fronteiras Culturais no Mundo Antigo: Ensaios sobre Identidades, Gênero e Religiosidades surgiu com o objetivo de divulgar pesquisas na área de estudos sobre Antiguidade de pós-graduandos/as e graduandos/as membros do Grupo de Estudos sobre o Mundo Antigo Mediterrânico da UFSM – GEMAM/UFSM, do Espaço Interdisciplinar de Estudos sobre a Antiguidade – ATRIVM e de outros grupos e instituições convidados.

Tradução comentada da Vida de Calígula, de Suetônio

Anderson Martins Esteves e Braulio Costa Pereira
Editora Desalinho, 2018

ISBN 978-85-92789-12-1

Os Professores Braulio Costa Pereira e Anderson Martins Esteves trazem a lume a sua Tradução comentada da Vida de Calígula, de Suetônio. Recorri à expressão que se refere à publicação de uma obra, pois, em sua origem, o vocábulo lume se prende ao substantivo latino lumen, que designa não só a luz natural do raiar do dia, como também clareza e, em sentido figurado, apoio. É exatamente o apoio, a base e o esclarecimento que nos trazem os autores. Aos que não se dedicam com afinco ao estudo da história romana no período imperial, Calígula é a imagem incontestável do homem que extrapola todos os limites de um comportamento social aceitável e de desregramento na condução da coisa pública, o que o discurso fílmico em nossos dias ajudou a sedimentar. Se a impressão forjada através dos séculos não se dissipa no contato com os relatos de Suetônio, o leitor de hoje, antes iniciante na vida cultural romana ao tempo dos césares, é instigado pelo trabalho apresentado.

2017

O livro do amor: Comentários sobre o Convívio de Platão

Ana Thereza Basilio Vieira
Programa de Pós-graduação em Letras Clássicas da UFRJ, 2017.

ISBN 978-85-8101-020-5

Marsilio Ficino compôs, entre 1474 e 1475, por ocasião das comemorações do aniversário de Platão, seu comentário ao Banquete, intitulado “Commentarium in Convivium Platonis”, o qual dedicou a Lourenço de Médici. As teorias aqui expostas acerca do amor platônico são amplamente utilizadas por escritores não só italianos do Quattrocento italiano, como também por vários outros autores de toda a Europa. Em sua primeira versão do Comentário, o filósofo incluíra alguns dados sobre a vida de Platão, seu horóscopo e filosofia; dados estes que foram suprimidos em outras versões. A presente edição de O livro do amor: Comentário sobre o Convívio de Platão é a segunda versão da tradução da obra de Marsilio Ficino, atualizada e acrescida de um estudo introdutório e notas explicativas, necessárias para um maior esclarecimento do contexto da obra.

2016

Homoerotismo na Antiguidade Clássica

Anderson Martins Esteves, Katia Teonia Azevedo e Fábio Frohwein
Programa de Pós-graduação em Letras Clássicas da UFRJ, 2016.

ISBN 978-85-8101-016-8

Os costumes sexuais dos antigos gregos e romanos têm sido continuamente objeto de discussões nas sociedades contemporâneas. Na Inglaterra vitoriana, que condenou Oscar Wilde por sodomia em 1895, era patente o desconforto gerado pelas abundantes referências às práticas homossexuais nos textos gregos e latinos. Muito emblemática desse constrangimento é uma passagem do romance Maurice, de E.M. Forster, escrito já no início do séc. XX. Em cena passada num college de Cambridge, durante a tradução oral de um texto grego, um aluno recebe a seguinte advertência do professor: “Omita este trecho: faz referência ao impublicável vício grego”. Se lembrarmos de que o sistema educacional inglês era lastreado no ensino dos clássicos, podemos imaginar o assombro que muitas passagens deveriam causar em alunos e professores. É certo que muitos textos escolares sofreram expurgos, de maneira a se cassar sistematicamente qualquer referência à homossexualidade; mas em outros, notoriamente em diálogos platônicos, como O banquete, essa supressão era mais difícil. Assim, criava-se um impasse para os vitorianos e, ainda que respeitadas as diferenças culturais, também para outros países de forte tradição humanística: como civilizações paradigmáticas para aquele tempo, tais como a grega e a romana, podiam tolerar algo tão “execrável” como a homossexualidade?

2013

Antologia Grécia e Roma: Poesia e Prosa

Arlete José Mota e Carlos Eduardo da CostaGlória Braga Onelley, Shirley Fátima Gomes de Almeida Peçanha e Tania Martins Santos (Org.)
Faculdade de Letras/UFRJ, 2013

ISBN 978-85-8101-014-4

Encontram-se reunidas, na presente antologia, traduções elaboradas por professores do Programa de Pós-Graduação em Letras Clássicas da Faculdade de Letras da UFRJ e por uma professora convidada da UFF, nas quais se privilegiam diferentes gêneros literários, em verso e em prosa, cultivados na Grécia, nos períodos arcaico e clássico, e em Roma no período imperial romano. Da poesia grega arcaica, destacam-se a lírica propriamente dita, representada pelos poetas Alceu, Safo, Píndaro e Baquílides; a poesia elegíaca, com os dísticos de Mimnermo e de Sólon; e a poesia iâmbica, com os versos de Arquíloco. Do período clássico, são traduzidos do teatro de Ésquilo excertos de Persas e Sete contra Tebas e da prosa de Xenofonte e de Platão, respectivamente, os livros II e III de Banquete e quatro passagens referentes aos lógoi de Êutifron do diálogo homônimo. A tradução de textos latinos restringese a autores do período imperial romano, de cuja produção se distinguem algumas odes de Horácio, elegias de Ovídio, epigramas de Marcial e fábulas de Fedro e, por fim, a narrativa Vida de Horácio de Suetônio.